Home | Agenda | Eventos | Estatuto | Mapas | Lista de discussão | Links  | Wallpaper |
- MOTOS PÁSSAROS SELVAGENS -  

Eventos: Relato viagem para Patagonis e sul do Chile

Diego Rosa
Gláucia Raboch

Saida dia 13/12/2003 – odometro 5442 kms
Retorno dia 12/01/2004 - odometro 19.460 kms (total 14.018 kms)

Suzuki GSX1300R Hayabusa

13/12 – Atibaia – Porto Alegre – 1260 kms

Já estava com saudades de curtir uma estrada, sair sem hora pra chegar, parando em qualquer lugar... Dessa vez serão 31 dias de viagem
As 07:00hs beijo a Glau, me despeço e saio pela garagem, o dia está bonito depois de quase uma semana de chuva, o transito livre e a vontade de viajar me fazem ver, em poucas horas, Curitiba ficando pra trás, depois Floripa e 11 horas depois chegava a Porto Alegre. Certamente esses primeiros 1200 kms são os mais movimentados e perigosos de toda a viagem. Me lembrei enquanto pilotava do Comandante Rolin que também adorava curtir as viagens de moto pela américa do sul, no entanto a sua moto era sempre transportada até a fronteira do Brasil, e ali começava a sua viagem – segurança.

14/12 – Porto Alegre – Montevideo – 850 kms

As 17:00hs chegava a Montevieo, há 34 horas eu tava saindo da garagem de casa. Lembrei-me de uma capa da Revista Duas Rodas “2 dias 2 mil kilometros”...sorri !
De Porto Alegre “pra baixo”tudo é mais tranqüilo, são 500 kms até o Chui – a divisa com Uruguay – e mais 350 kms até Montevideo. O Uruguay está tão bem cuidado que mais parece um pequeno jardim, as longas retas incentivam a alta velocidade... é bom ter atenção. Cheguei a Montevideo e fui direto ao porto para tentar cruzar ainda naquele dia para Buenos Aires, mas infelizmente não haveria balsa naquele horário...comprei a passagem para o dia seguinte as 11:30hs, fui pro hotel, descansar e preparar-me para os próximos dias, que seria puxados...

15/12 – Montevideo – Azul – 350 kms

Como havia balsa apenas as 11:30hs para cruzar o rio da Prata e ir a Buenos Aires, aproveitei para dormir até tarde, dar uma caminhada pela Rambla, tomar um bom café da manha no hotel. As 15:00hs desembarcava do BuqueBus já em Buenos Aires. Chovia e fazia bastante frio, algo nada comum para dezembro naquela cidade. Os termômetros de rua marcavam 11 graus as 15:00hs. A idéia era tocar até Bahia Blanca, cerca de 700 kms ao sul, mas acabei ficando pelo caminho, anoiteceu e continuou a chover e esfriar, em Azul chegou a 6 graus a noite.

16/12 – Azul – Puerto Madryn – 1150 kms

Surpreendentemente o dia amanheceu azul, sem nenhuma nuvem no ceu, apesar da temperatura ainda bem baixa. Viajando mais agasalhado do que ontem e sem chuva foi bem tranqüilo seguir viagem. Em poucas horas a região agrícola (linda) foi ficando pra trás e o que era verde começa pouco a pouco a perder a cor. Esse é um dos sintomas que te faz perceber que está entrando aos poucos na Patagônia. Outro sintoma muito interessante é que os mosquitos, que na região agrícola são abundantes e melecam tudo, viseira, roupas, moto...tornam-se cada vez mais raros, até que chega o dia em que você viaja o dia todo sem limpar a viseira do capacete... em outras palavras – você chegou ao deserto.
As retas são enormes, mas o vento lateral, depois da cidade de Bahia Blanca já incomodam e não permitem acelerar muito a moto. A paisagem vai se tornando familiar pra mim, e me trazendo boas recordações de quando estive em Ushuaia, em 2001 com a Yamaha R1.
As curvas são cada vez mais raras – chegam a ser comemoradas quando aparecem pra quebrar um pouco a monotonia do deserto !
Logo Viedma ficou pra trás, Sierra Grande também.. chegava Puerto Madryn.
Nessa “ida” estou apenas descendo para encontrar a Gláucia em El Calafate, ela teve que ficar mais alguns dias em SP para resolver problemas da faculdade e segue de avião direto para El Calafate, então voltaremos “subindo” a patagônia e curtindo cada cidade e atração turística, ou seja, enquanto a Gláucia não vem, vamos descendo...vamos descendo...rumo sul !

17/12 – Puerto Madryn – Puerto San Julian . 926 kms

O dia amanheceu lindo novamente, sem pressa acordei, preparei a moto, tomei um demorado café e deixei Puerto Madryn pelas 10:00hs rumando novamente ao sul. Logo nos primeiros kms o vento começou, mais e mais forte. No inicio tudo bem, eu tava até gostando da companhia dele, mas depois de alguns kilometros a coisa fica critica. Pilotar a moto nas longas retas completamente inclinada para a direita e com o corpo todo torto não é nada gostoso. Além do mais o vento insistia em dar solavancos no capacete, trazendo dor e tensão em todo o corpo. Quanto mais tarde ficava mais forte ventava. Forte mesmo ! Passando Comodoro Rivadávia parece que o vento “se invocou”... coisa alucinante, rajava e em alguns momentos o vento quase jogava a hayabusa pra fora da estreita ruta 3, o que significaria um tombo na certa !
Tive tempo suficiente para chegar até mesmo a criar posições novas sobre a moto, uma delas, a que mais deu certo batizei de “pendulo invertido”. Trata-se de jogar o corpo todo pro lado contrário a inclinação da moto, bunda 70% fora do assento e ficando praticamente “de cócoras” sobre a perna esquerda, peito e queixo prox ao retrovisor esquerdo – com a moto completamente inclinada para a direita... a posição é considerada um tanto “ginecológica”, apesar de facilitar o equilíbrio e diminuir a força necessária para manter a moto em linha reta, a posição cansa demais e não é possivel manter-se assim por muito tempo. Bem, viajando um pouco assim e um pouco “assado” e fui levando. No final da ventosa tarde estava chegando a já conhecida Puerto San Julian. Fiz questão de me hospedar no mesmo hotel que tinha estado em 2001. Conversando com os locais aprendi mais uma lição... nos dias ventosos, sair da cama cedo e pegar estrada... quanto mais tarde fica maior a incidência do vento... portanto, acordar cedo é a regra nesses dias.

18/12 – Puerto San Julian – El Calafate – 750 kms

Faltavam cerca de 700 kms para cegar a El Calafate, sai bem cedinho para evitar o vento, fui curtindo a paisagem, flamingos, guanacos, gansos. A estrada que liga Rio Gallegos a El Calafate estava em obras, havia cerca de 20 km de desvio pelo rípio – a Haya vai muito bem no rípio também, sossegado !
A 65 km de El Calafate o altímetro marca 850 metros, faz frio. De repente indicações de curvas e descida, uma visão fantástica do vale, do Lago Argentino bem verdinho e da cordilheira dos Andes ao fundo. Sou apaixonado por essa cordilheira, reencontra-la é sempre um prazer e uma emoção.

19/12 – El Calafate

A Gláucia chegou !!! Fazia muito frio, 4oC. Fui busca-la no aeroporto as 08:00hs, tudo fechado ! o vôo chegava apenas as 10:40hs. Fazia muito frio ! Logo ela chegou, saudades ! Descansamos um pouco no hotel e fomos ao Glacial. Chovia prox a cordilheira, mais frio ainda ! Fizemos um passeio de barco proximo a parede de gelo, fomos as passarelas também. O gelo estava encostado nas passarelas, fenômeno que acontece de 4 em 4 anos. A água ficou represada em uma parte do lago e já tinha 3 metros de diferença no nível da água de um lado para o outro do lago. Segundo contaram, em 1988 o desnível chegou a 30 metros, então a força da água fez romper bruscamente a barragem de gelo fazendo um veradeiro espetáculo da natureza. Isso pode voltar a acontecer, ou não... depende da boa vontade da mãe natureza.

20/12 – El Calafate

Hoje fizemos o mini treking sobre o gelo, porém o frio era intenso, mesmo com muita roupa sentimos bastante frio. Chovia na cordilheira

21/12 – El Calafate – Puerto San Julian. 750 kms

Esse dia foi complicado, mesmo usando várias camadas de roupas, luvas, balaclava, neck warmer, o frio pegou forte ! Saímos da cidade com 4 graus, subindo a serra entre El Calafate e Rio Gallegos a temperatura despencou, chovia e fiquei com medo que, com a baixa temperatura começasse a nevar. Felizmente isso não aconteceu.
Chegamos a San Julian as 14:30hs, ventava muito também, por causa do vento não foi possivel sair de barco para ver os golfinhos e os pingüins.

22/12 – Puerto San Julian – Comodoro Rivadávia 500 kms

Ficamos até as 14:00hs em San Julian, tentando a todo custo fazer o passeio de barco, mas o vento não se acalmava, a natureza não quis e o barco não saiu. Almoçamos e seguimos viagem – cerca de 500 kms até Comodoro Rivadávia. Ventava muito !

23/12 – Comodoro Rivadávia – Puerto Madryn

Pouco mais de 500 kms nos separavam da Península Valdez, onde pretendíamos ficar alguns dias , passar o natal na companhia dos Pingüins e etc. A viagem foi tranqüila, tempo lindo e a temperatura voltava a subir (entre 20 e 24o.C)

24/12 – Puerto Madryn

Que lugar encantador !!! Já de cara tinhamos decidido passar mais tempo que o planejado ali, a vista do quarto do hotel, a Bahia e uma pontinha da península aparecendo encantaram! Deixamos a moto descansar e contratamos um tour guiado pela península, é grande, foram cerca de 400 kms rodados com a van, 50% em rípio. Em cada parada uma surpresa, lobos marinhos, pingüins, elefantes marinhos, aves, tatus, guanacos...um sonho ! Como é bom ver os animais em liberdade e em seu habitat natural.
A ceia de natal não podia ser melhor, regada a bom vinho argentino no restaurante “El Classico”

25/12 – Puerto Madryn

Outro dia de descanso para a motoca, com um tour seguimos uns 200 kms ao sul até Punta Tombo – onde encontra-se a maior colônia de Pingüins de Magalhães do mundo – cerca de 1.000.000 de pingüins.
É Lindo, pudemos passear entre eles, ver os ninhos, os filhotes, o banho de mar...lindoooo !
Na volta do passeio deveríamos parar no museu da cidade de Trelew, é um museu com fosseis gigantes e ossadas de dinossauros da região, mas infelizmente por ser dia de natal estava fechado. Conhecemos a pequena cidade galesa chamada Gayman, muito linda !

26/12 – Puerto Madryn – Bariloche – 1070 kms

Logo cedo malas prontas, subimos na moto e seguimos viagem, rumo oeste – para a cordilheira. A paisagem é incrível, aos poucos a estepe patagonica vai dando lugar a um deserto ainda mais árido, algumas mesetas começam a aparecer para compor o cenário. Nos demos conta que o visual era semelhante ao do desenho animado do “papa léguas”. Apenas a estrada, montanhas de formas quadradas, costas rochosas, aridez total. Rodamos mais de 300 kms nesse cenário, as vezes eu ria no capacete, me imaginando sendo ultrapassado pelo coyote sentado num foguete, ou encontrando o papaleguas fazendo “bip bip”... Batizamos esse deserto de “deserto do bip bip”.
Logo mais a frente, fizemos uma curva e nos deparamos com alguns picos nevados...era ela...a cordilheira dos Andes que se apresentava novamente ! Me arrepiei !
Aos poucos fomos nos aproximando dela, fomos ganhando altitude até atingirmos cerca de 1000 metros, fazia frio novamente. Algumas nuvens negras com chuva, escapamos de várias. O cenário era de paisagens “canadenses”, especialmente nos últimos 100 kms, entre El Bolson e Bariloche. A estreita e bem asfaltada estrada ia serpenteando entre os picos nevados e trazia em seus acostamentos um pitoresco jardim, obra da natureza. Sem duvida um dos trechos mais lindos de todo o roteiro, talvez uma das estradas mais lindas da américa do sul. Pegamos chuva nos últimos 70 kms, o frio aumentou ainda mais, somado ao cansaço de ter percorrido quase 1000 kms, tornou a chegada a Bariloche um alivio.

27/12 – Bariloche

Tiramos o dia para descansar, passeamos pela cidade pela manha, brincamos com os “são bernardos” no centro cívico, e depois disso pegamos a moto (que passou a noite guardada no hall do hotel) e fizemos um passeio pelo “circuito chico”, parando para almoçar no lindíssimo hotel Llau Llau.

28/12 – Bariloche – Petrohue (Chile) – 480 kms

Sol, ceu azul e bastante frio, saimos cedo e fomos a villa la angostura, a estrada é lindíssima, curvas, asfalto perfeito, contornando o lago e curtindo os Andes, flores e mais flores nas encostas. Logo cruzamos a fronteira no paso Cardenal Samoré (los passaritos) que está a 1300 metros de altitude e atualmente 100% asfaltado. Na fronteira encontramos com uma expedição formada por 4 jeeps que vinham de SP e iam descer a carreteira Austral até Ushuaia, conversamos bastante. Almoçamos em Osorno e rumamos ao sul, nos hospedamos num lindo chalé de madeira, as margens do Lago de Todos os Santos e ao pé do Vulcão Osorno !

29/12 – Petrohue

Saímos para conhecer os Saltos de Petrohue, é imperdível ! a água verde, em corredeiras e saltos sobre um leito negro de pedras vulcânicas, certamente esse leito do rio foi criando depois de alguma erupção do vulcão Osorno.

Depois fomos ao vulcão, mas o tempo estava nublado e justamente o topo do vulcão estava escondido pelas nuvens. Subimos por uma estrada com muitas pedras soltas e costelas de vaca até a primeira cratera do vulcão. De la voltamos. A estrada estava realmente ruim, mas nos alegrou ver a Hayabusa passando por lugares onde vimos carros de passeio abortando a subida...

30/12 – Petrohue – Pucón 450 kms

Estávamos a 15 kms de Puerto Montt, onde está o começo de uma rodovia gigantesca, a panamericana, que liga as 3 americas. Imponente, ela já “nasce” com 2 pistas e excelente sinalização, muito embora saiba que seu estado varia muito e beira o lastimável em alguns trechos ao norte.
Pilotar no Chile é um tanto chato e cansativo, a policia é muito exigente e nada maleável, então para evitar problemas é bom esquecer dos “mais de 180hp” do motor da hayabusa e procurar manter atenção no velocímetro e nas placas indicadoras de velocidade máxima. Um trecho de 400 kms no sul da patagônia Argentina seria feito em cerca de 2:30hs, no Chile esse tempo pula para 4:30hs pelo menos. Por outro lado, o consumo de combustível que na outra situação chegou a 8 km/l, na panamericana chilena passa para 17km/l.
Chegamos a Pucón na hora do almoço, curtimos um passeio a pé pela cidade, visual do laço villa rica e do vulcão de mesmo nome é de babar.

31/12 – Pucón

Ultimo dia do ano !!! Acordamos tarde e saímos a caminhar pela cidade, logo pegamos a moto e subimos os 15 kms de rípio até a base do vulcão e pudemos conhecer “lãs cuevas vulcânicas”, o centro de controle, os aparelhos que monitoram 24 horas / dia as atividades vulcânicas. Esse é um dos vulcões mais ativos do Chile, expele fumaça diariamente.

As “cuevas vulcânicas” são lindas, deixando o calor e ar seco do lado de fora e partindo para um passeio frio, úmido e escuro pelas cavernas, caminhamos cerca de 1 hora dentro de um “tubo de lavas”..muito legal !

Voltando para o hotel, na realidade uma simpática “guesthouse”, fomos convidados pela proprietária para “passar a meia noite” com ela, champagne e etc. Foi muito simples, apenas eu, a Glau, a dona da pousada e um funcionário, entretanto muito agradável !! Logo em seguida a queima de fogos, que pudemos assistir de um lugar muitíssimo privilegiado !

01/01 – Pucón – Santiago – 950 kms

Como os dias são longos, dormimos novamente até tarde e saímos bem tranqüilos para Santiago, seriam cerca de 900 kms pela ruta 5, a panamericana. Excelente, toda pista dupla, porém não pudemos passar de 120 km/h. Demora muito e apesar do visual maravilhoso – com a cordilheira sempre a direita, a viagem foi cansativa ! Chegamos a noitinha em Santiago, direto para o Hotel.

02/01 – Viña Del Mar – 370 kms

Calor em Santiago, largamos bagagem e equipamentos no hotel e saimos para almoçar em Vina del Mar apenas usando o capacete e roupas comuns. A estrada é ótima e rapidamente estávamos em Viña – o pacifico. Tínhamos esquecido de um detalhe, é alta temporada e estávamos no meio de um feriado, as ruas da cidade estavam entupidissimas, tirando todo o charme de Viña Del Mar. Mesmo assim fomos a Valparaiso e depois para Concon comer uma paella que nos foi bem recomendada. O nome do restaurante era um tanto estranho, pelo menos para os brasileiros maliciosos – La Pica Del Juan Segura – entretanto a comida era muito boa, não parecia ser lugar para turistas...valeu !
Voltamos para Santiago, um passeio pelo Shopping Parque Arauco, que fica em frente ao hotel, foi bom para civilizarmos um pouco...

03/01 – Santiago - Mendoza – 400 kms

Cruzar a cordilheira é sempre muito prazeiroso, mesmo que seja por um lugar já muito conhecido. Viajamos em ritmo de passeio e contemplação – mesmo sem neve a cordilheira impressiona e encanta. Um café em Portillo as margens da Luguna Del Inca, cruzamos o túnel e chegamos a Argentina, 3200 metros de altitude. Uma paradinha aos pés do majestoso Aconcagua e outra paradinha em Puente Del Inca com suas águas a 38o.C.
Infelizmente uma enxaqueca me encontrou bem ali – foi duro pilotar nos últimos 150 kms até Mendoza !

04/01 Mendoza

Fomos conhecer uma vinícola, a “vinícola agrícola S/A” que faz os vinhos tintos com marca Santa Julia. É fantástico visitar uma fabrica dessas e conhecer todo o processo.
Almoçamos no centro e passeamos pela cidade, linda ! Extremamente arborizada apesar de estar em pleno deserto. Canaletas levam água da cordilheira por todas as ruas da cidade, hidratando artificialmente as raízes das arvores. Vale a pena conhecer !
Essa noite deveríamos estar encontrando os amigos Adilson e Rosana de Joinville, que viajam em sentido contrário ao nosso, mas infelizmente a moto deles quebrou e acabaram ficando em Buenos Aires para tentar o conserto.

05/01 Mendoza – Montevideo – 1260 kms

Acordamos as 06:0hs e as 06:30hs já viamos o sol nascer na estrada, mantivemos media bem elevada de velocidade e fizemos paradas bem curtas, conseguimos chegar a Buenos Aires as 15:30hs, foi corrido mas conseguimos pegar o barco das 16:00hs para Montevideo. No barco encontramos alguns motociclistas do RS e de SP.

06/01 – Montevideo – Punta Del Este – 150 kms

Ambos cansados, dormimos bastante e ao acordar vimos um imenso temporal se formando, Nos apressamos em arrumar as malas e saimos em direcao a Punta del Este. Pegamos apenas alguns pingos que ajudaram a refrescar, logo estávamos em Punta, hospedados numa simpática pousada bem “na punta” mesmo...na rua 9, era possivel ir da “playa brava” a “playa mansa” caminhando !. A tarde pudemos passear pela cidade, lindas casas, restaurantes gostosos, e um por do sol em Punta Ballena simplesmente maravilhoso !

07/01 – Punta Del Este – Cabo Polônio – 170 kms

Apos o café da manha deixamos Punta e seguimos, ansiosos, para Cabo Polonio. Eu já havia estado ali em outras ocasiões, mas sempre apenas almoçando e passando o dia, dessa vez a idéia era diferente, dormir lá !
Cabo Polônio é um lugar especial, uma mistura de Jericoacoara,CE com Caburé,MA, explico:
A maneira de chegar a pequena vila de pescadores é semelhante a chegada a Jeri, deixa-se a moto (ou o carro) e se é transportado por veículos com tração nas 4 ou 6 rodas através de algumas dunas e pela praia. Até mesmo o formato da praia lembra Jeri, pedras no canto direito, praia ao lado e dunas no canto esquerdo da pequena bahia. A semelhança com Caburé,MA já vem da falta de estrutur, não há luz elétrica, apenas 2 pousadas e etc.
Entretanto o que dá mais charme e encanto a Cabo Polônio é a colônia de Lobos Marinhos que ali habita...a poucos metros da pousada pode-se chegar bem pertinho deles...é uma delicia !
A noite de lua cheia foi encantadora, regada a um bom vinho e embalada pelo barulho do mar, cujas ondas quebravam a uns 5 metros da varanda da pousada...simplesmente inesquecível.

08/01 – Cabo Polônio – Porto Alegre – 650 kms

Saímos de Cabo Polônio e em menos de 100 kms estávamos cruzando a fronteira, de volta a Terra Brasilis .... que delicia !
Mais uns kilometros e atravessávamos a reserva do Taim, tiramos os capacetes e cruzamos a reserva bem devagarinho, vendo as capivaras, aves e etc.. que Lindo !!!
Em Porto Alegre bastante calor, nos hospedamos e fomos ao Shopping center pra comer e dar uma volta...

09/01 – Porto Alegre – Armação – 600 kms

Saimos bem cedinho de Porto Alegre para ir até Armação, no município de Penha, SC onde os pais da Gláucia tem casa e estavam passando férias. O transito naquele trecho maldito entre Tubarão e Florianópolis é algo que realmente tira qualquer motociclista do sério, fomos parados e multados por ultrapassagem em lugar proibido. Chegamos de surpresa em Armação na hora do almoço, que festa ! bem na beira da praia, a poucos metros da rebentação, curtimos bastante o encontro com a família e o final da tarde !

10/01 – Armação

Curtimos mais um dia de descanso total em companhia da família da Gláucia, foi uma delicia.

11/01 – Armação – Curitiba - 250 kms

No final da tarde, resolvemos ir até Curitiba e dormir lá, encurtando um pouco a distancia do que seria o ultimo dia de viagem, jantar no Mac Donalds e dormir no Íbis.... xiki né ? rs.. Pegamos alguma chuva nesse trecho, a moto já estava com o pneu traseiro bem baleado, liso na porção central...tivemos que ir com cuidado na serra.

12/01 – Curitiba – Atibaia – 450 kms

A velha conhecida Regis-Bittencourt, últimos kilometros de viagem, curtindo a moto, curtindo a estrada, lembrando-nos de cada kilometro percorrido nos últimos 30 dias, revendo na memória cada paisagem, cada dificuldade, sentindo o frio, a chuva, o vento, o cansasso, enfim, revivendo cada um dos momentos que certamente ficarão eternizados em nossas memórias. Ver Atibaia novamente através da viseira arrepia, foram 14000 kms rodados, felizmente e graças a Deus sem nenhum problema, sem tombo, sem pneu furado, sem nenhuma pane mecânica... tudo conforme planejado !
 

   

 

 

MPS Informática

Automobilismo On Line

 

 
Diego e Gláucia

 

 Gláucia e a GSX1300R

 

 
Home | Agenda | Eventos | Estatuto | Mapas | Lista de discussão | Links  | Chat | Wallpaper |
 
MOTOS PÁSSAROS SELVAGENS
(c)
2002 MPS. Direitos reservados
RPM Web Design